COMUNICAÇÃO,
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS: TRÍADE DO SÉCULO XXI
Guilhermo Orozco Gómez
As
novas tecnologias constituem um desafio para todos, no que diz respeito à
democratização da comunicação, da educação e do conhecimento.
As
novas tecnologias devem servir de suporte de uma comunicação educativa mais
diversificada, pelas linguagens variadas, circulação de novos conhecimentos, etc.
Por outro lado, as novas tecnologias devem ser objeto de estudo e análise.
A
tríade comunicação, educação e novas tecnologias é uma das problemáticas do
novo milênio.
Esse
desafio não se apresenta apenas para comunicadores e educadores, mas também
para a democracia, para a cultura.
Ao
mesmo tempo que as novas tecnologias abrem uma série de possibilidades para o
conhecimento também representam uma preocupação para o futuro das nossas
sociedades.
Para
a maioria das sociedades contemporâneas as novas tecnologias são apenas
promessas de desenvolvimento humano. Segundo o Inegi (Instituto Nacional de
Estatística do México), 1999, 60% dos computadores do mundo conectados à
Internet estão nos Estados Unidos.
Diante
de todos os benefícios oferecidos pela tecnologia vemos as enormes diferenças
que essas tecnologias representam para a maioria dos seres humanos.
O
que se propõe é a criação de estratégias para se aproveitar o potencial da
tecnologia, sem incorporá-la acriticamente na sociedade.
Isso
exige consciência e vontade política; sensibilidade e decisão por parte da
sociedade, principalmente das instituições sociais, culturais e educativas.
O
desenvolvimento tecnológico depende de decisões políticas e econômicas, e não
somente técnicas.
Várias
dessas decisões são tomadas visando o benefício de alguns, visando lucro e
exploração de mercado, visando o interesse político.
Uma
nova tecnologia só chega a ser tal quando é mercadologicamente viável e
politicamente conveniente.
Grandes
setores da sociedade não têm acesso a vários benefícios tecnológicos ou têm de
se contentar com benefícios de menor qualidade.
É
necessário equilibrar as diferenças no acesso e uso das tecnologias por todos
os cidadãos.
Na
educação, há a necessidade de instrumentar uma estratégia pedagógico-política
que provoque mudanças efetivas na sociedade, beneficiando o máximo possível de
usuários e não somente os comerciantes da tecnologia.
Muitos
processos tecnológicos se contextualizam por objetivos sociais consumistas.
A
transformação da demanda social por novas tecnologias é um processo longo e difícil,
que só será possível através da educação, de uma educação que fortaleça sua
própria cultura.
A
educação não deve apenas incorporar meios e tecnologias de informação. É
preciso pensar na aprendizagem e não apenas modernizar o ensino.
A
tecnologia não deve ser usada apenas como transmissor, mas também deve ser objeto
de análise e estudo. Assim, o objetivo principal de se incorporar a tecnologia
à educação seria o aprendizado, considerando a experiência e a vivência dos
educandos. Também se faz necessário orientar os educandos sobre o uso adequado
de qualquer meio ou tecnologia.
Incorporar
as novas tecnologias à educação requer transformação dos processos de
ensino-aprendizagem, da estruturação dos conteúdos, das situações de interação
com ele. O que significa uma transformação da estrutura pedagógica tradicional
da instituição escolar.
O
processo educativo deve partir do sujeito educando e do seu contexto. O conteúdo
seria sempre o ponto de chegada.
Isso
supõe uma transformação na escola e nos sujeitos que participam do processo
educativo: educadores e educandos, administradores e autoridades.
Nessa
nova perspectiva de educação, o papel dos comunicadores profissionais é
múltiplo. Seu principal desafio é propiciar uma produção comunicativa a partir
das características dos sujeitos educandos, não dos conteúdos nem dos meios. Assim
como, desenvolver meios para vincular os educandos-usuários com a informação. Os
comunicadores seriam os peritos no acompanhamento do processo educativo.
Para
nós, educadores e futuros psicopedagogos, as novas tecnologias constituem um
desafio se queremos mudanças realmente significativas na educação e no processo
de aprendizagem. É necessária uma transformação na escola e nos sujeitos que participam
do processo educativo. É necessário pensar em tecnologia criticamente e ensinar
a pensar criticamente sobre ela.
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