terça-feira, 14 de agosto de 2012

Resenha: Comunicação, educação e novas tecnologias: tríade do século XXI


COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS: TRÍADE DO SÉCULO XXI
Guilhermo Orozco Gómez


As novas tecnologias constituem um desafio para todos, no que diz respeito à democratização da comunicação, da educação e do conhecimento.

As novas tecnologias devem servir de suporte de uma comunicação educativa mais diversificada, pelas linguagens variadas, circulação de novos conhecimentos, etc. Por outro lado, as novas tecnologias devem ser objeto de estudo e análise.

A tríade comunicação, educação e novas tecnologias é uma das problemáticas do novo milênio.

Esse desafio não se apresenta apenas para comunicadores e educadores, mas também para a democracia, para a cultura.

Ao mesmo tempo que as novas tecnologias abrem uma série de possibilidades para o conhecimento também representam uma preocupação para o futuro das nossas sociedades.

Para a maioria das sociedades contemporâneas as novas tecnologias são apenas promessas de desenvolvimento humano. Segundo o Inegi (Instituto Nacional de Estatística do México), 1999, 60% dos computadores do mundo conectados à Internet estão nos Estados Unidos.

Diante de todos os benefícios oferecidos pela tecnologia vemos as enormes diferenças que essas tecnologias representam para a maioria dos seres humanos.

O que se propõe é a criação de estratégias para se aproveitar o potencial da tecnologia, sem incorporá-la acriticamente na sociedade.

Isso exige consciência e vontade política; sensibilidade e decisão por parte da sociedade, principalmente das instituições sociais, culturais e educativas.

O desenvolvimento tecnológico depende de decisões políticas e econômicas, e não somente técnicas.

Várias dessas decisões são tomadas visando o benefício de alguns, visando lucro e exploração de mercado, visando o interesse político.

Uma nova tecnologia só chega a ser tal quando é mercadologicamente viável e politicamente conveniente.

Grandes setores da sociedade não têm acesso a vários benefícios tecnológicos ou têm de se contentar com benefícios de menor qualidade.

É necessário equilibrar as diferenças no acesso e uso das tecnologias por todos os cidadãos.

Na educação, há a necessidade de instrumentar uma estratégia pedagógico-política que provoque mudanças efetivas na sociedade, beneficiando o máximo possível de usuários e não somente os comerciantes da tecnologia.

Muitos processos tecnológicos se contextualizam por objetivos sociais consumistas.

A transformação da demanda social por novas tecnologias é um processo longo e difícil, que só será possível através da educação, de uma educação que fortaleça sua própria cultura.

A educação não deve apenas incorporar meios e tecnologias de informação. É preciso pensar na aprendizagem e não apenas modernizar o ensino.

A tecnologia não deve ser usada apenas como transmissor, mas também deve ser objeto de análise e estudo. Assim, o objetivo principal de se incorporar a tecnologia à educação seria o aprendizado, considerando a experiência e a vivência dos educandos. Também se faz necessário orientar os educandos sobre o uso adequado de qualquer meio ou tecnologia.

Incorporar as novas tecnologias à educação requer transformação dos processos de ensino-aprendizagem, da estruturação dos conteúdos, das situações de interação com ele. O que significa uma transformação da estrutura pedagógica tradicional da instituição escolar.

O processo educativo deve partir do sujeito educando e do seu contexto. O conteúdo seria sempre o ponto de chegada.

Isso supõe uma transformação na escola e nos sujeitos que participam do processo educativo: educadores e educandos, administradores e autoridades.

Nessa nova perspectiva de educação, o papel dos comunicadores profissionais é múltiplo. Seu principal desafio é propiciar uma produção comunicativa a partir das características dos sujeitos educandos, não dos conteúdos nem dos meios. Assim como, desenvolver meios para vincular os educandos-usuários com a informação. Os comunicadores seriam os peritos no acompanhamento do processo educativo.

Para nós, educadores e futuros psicopedagogos, as novas tecnologias constituem um desafio se queremos mudanças realmente significativas na educação e no processo de aprendizagem. É necessária uma transformação na escola e nos sujeitos que participam do processo educativo. É necessário pensar em tecnologia criticamente e ensinar a pensar criticamente sobre ela.

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